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Operação Vistoria investiga condutas ilícitas de vistoriadores contratados por Centros de Registro de Veículos Automotores

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A Polícia Civil do Estado do Rio Grande do Sul, por meio da Delegacia de Repressão à Lavagem de Dinheiro do Departamento Estadual de Repressão aos Crimes contra a Administração Pública (DRLD/Dercap), deflagrou nesta quarta-feira (16) a Operação Vistoria. O objetivo da ação é desarticular um esquema coordenado por um despachante que cooptava e controlava uma série de funcionários/vistoriadores contratados por unidades dos Centros de Registro de Veículos Automotores (CRVAs) em Porto Alegre.

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Aproximadamente, 70 policiais civis cumpriram 15 mandados de busca e apreensão em residências e locais de trabalho dos investigados, em Porto Alegre. Celulares e documentos foram apreendidos durante a ação. A investigação iniciou após a prisão de um despachante por outras práticas delitivas que originou sua prisão. 

Segundo o Delegado Cassiano Cabral, não há qualquer indício de envolvimento dos titulares credenciados dos CRVAs. “As condutas ilícitas investigadas concentram-se exclusivamente em vistoriadores contratados, que atuavam na linha de frente da prestação dos serviços, bem como se aproveitavam da função para auferir ganhos pessoais”, explicou o Delegado Cassiano.

Dentre as vantagens indevidas, estão a aprovação de vistorias veiculares sem a devida conferência técnica; acesso indevido a dados internos do sistema de registro veicular; aceleração irregular de trâmites administrativos mediante pagamentos e inserção de informações falsas em processos de transferência de propriedade. Os valores repassados por meio de transferências, via pix, eram normalmente apelidados pelos envolvidos de “cafezinho”, sugerindo um sistema de pagamento informal, habitual e contínuo.

Conforme o Delegado Guilherme Calderipe, titular da DRLD, o material probatório aponta que servidores contratados estabeleciam relações irregulares com despachantes, trocando favores administrativos por pagamentos diretos. A investigação integra um inquérito mais amplo que apura também o uso de revendas de veículos como mecanismo de lavagem de dinheiro. “Ainda que os valores cobrados como propina fossem, em regra, baixos, muitas vezes variando entre R$ 50,00 e R$ 150,00, a banalização e a sistematização do comportamento corrupto por parte dos investigados será fortemente reprimida. A distinção entre os credenciados e os executores das fraudes é fundamental para distinção dos atores envolvidos no esquema e servem de alerta para que os critérios de contratação sejam mais rígidos e melhorado o controle do exercício da função”, destacou o Delegado Calderipe.

Polícia Civil RS