Polícia Civil prende seis pessoas em flagrante por golpe do bilhete premiado em Capão da Canoa
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Na tarde desta segunda-feira (17), a Polícia Civil, por meio da Delegacia de Polícia de Capão de Canoa, efetuou, na tarde desta segunda-feira, a prisão em flagrante de seis estelionatários pela prática do golpe do bilhete premiado.
Segundo os Delegados Marco Swirski, titular da DP/Capão da Canoa e Delegado André Luiza, Adjunto durante a Operação Verão Total, o grupo criminoso, composto por quatro mulheres e dois homens, já era monitorado pela Delegacia de Capão da Canoa em virtude de outros golpes do bilhete cometidos no município. Conforme a investigação, o grupo já havia causado um prejuízo de mais de R$300.000 a outras vítimas do golpe. Os criminosos foram detidos em flagrante enquanto tentavam enganar mais uma vítima. Com eles, a polícia apreendeu dinheiro, celulares e documentos falsificados.
O golpe do bilhete premiado é um tipo de fraude em que a vítima é enganada por criminosos que simulam ser ganhadores de um prêmio valioso, geralmente em uma loteria ou sorteio falso. O golpista aborda a vítima, informando que ela foi sorteada com um prêmio, mas que, para recebê-lo, será necessário fazer o pagamento de uma quantia em dinheiro ou algum tipo de "taxa" que supostamente é exigida para liberar o prêmio.
Como o golpe geralmente acontece:
1 - Encontro inicial: o golpista se aproxima da vítima, dizendo que ela foi sorteada em um sorteio ou que tem direito a um prêmio significativo. Para tornar a história mais convincente, o criminoso pode mostrar um bilhete ou documento falso, como um "bilhete premiado".
2 - Pressão emocional: o golpista cria uma narrativa para fazer a vítima acreditar que o suposto ganhador do prêmio não consegue sacar o valor. Geralmente utilizam a figura de uma pessoa muito humilde e com “pendências” no CPF. Assim, há uma negociação para a troca do bilhete por valores que a vítima dispõe. Os golpistas criam uma situação de urgência, dizendo que a vítima precisa pagar uma taxa imediatamente para poder receber o prêmio. Neste momento surge também uma terceira pessoa (golpista), que aparente ser uma pessoa com alto grau de instrução e demonstra interesse em comprar o bilhete. A vítima, levada pelo sentimento de que pode perder essa grande oportunidade de ficar milionária, acaba caindo no golpe e muitas vezes entrega todo patrimônio que dispõe. Em algumas vezes, pode até envolver outras pessoas que "confirmam" a história, como um falso policial ou funcionário da empresa de sorteios. Outro método de atuação é o suposto ganhador do prêmio dizer que não pode receber o dinheiro por motivos religiosos, pois a religião não permite a prática de jogo. Há também a figura do outro golpista que surge, o qual muitas vezes se passa por corretor de imóveis ou advogado, e auxilia a verificar a “autenticidade” do bilhete, fazendo uma ligação para a Caixa Econômica, onde são atendidos por uma falsa central do Banco.
3 - Solicitação de pagamento: o criminoso convence a vítima a pagar uma quantia em dinheiro ou a fazer um depósito bancário para liberar o prêmio. A vítima, acreditando que o prêmio é real, acaba entregando o valor solicitado. Muitas vezes, a vítima é levada até a própria residência e convencida a entregar joias e pertences de valor.
4 - O desaparecimento: após o pagamento, o golpista desaparece rapidamente, deixando a vítima sem o prêmio prometido e com o prejuízo financeiro.
O Delegado Marco Swirski reforça os alertas para que a população desconfie de propostas que envolvam prêmios em dinheiro em que é exigido pagamento antecipado.
Os seis suspeitos foram encaminhados ao sistema prisional e responderão por estelionato e associação criminosa. As investigações continuam para identificar possíveis outras vítimas e envolvidos no esquema.