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Polícia Civil deflagra Operação Cartão Vermelho e cumpre cinco ordens judiciais em Porto Alegre

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Operação Cartão Vermelho.

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul, por meio da Delegacia de Polícia de Investigação Cibernéticas Especiais (Dicesp/Dercc), coordenados pela Delegada Isadora Galian, deflagrou, neste domingo (07/12), a Operação Cartão Vermelho, com o objetivo de cumprir 05 ordens judiciais, dentre as quais 03 mandados de busca e apreensão, por crimes de ameaça e injúria praticados contra dirigente do Sport Club Internacional e seus familiares.

Durante a ação, que ocorreu na Capital, foram apreendidas uma arma de fogo, drogas, além de celulares e documentos. Também, foram determinadas rigorosas medidas cautelares diversas da prisão a dois investigados, dentre as quais, a proibição de participar de qualquer partida de futebol do Sport Club Internacional, em qualquer estádio, dentro ou fora do Rio Grande do Sul, pelo período de seis meses. O descumprimento dessas medidas resultará na imediata decretação de prisão preventiva de ambos.

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Operação Cartão Vermelho.

DOS FATOS INVESTIGADOS

As investigações revelaram um padrão preocupante de assédio e intimidação direcionado a um dirigente do clube colorado e sua família, com episódios que se intensificaram após partidas recentes do Internacional. O primeiro ataque ocorreu no dia 28 de novembro de 2025, logo após o término da partida entre Internacional e Vasco da Gama, disputada no Rio de Janeiro. A vítima começou a receber mensagens ameaçadoras em seu telefone pessoal. As mensagens chegaram via aplicativo de mensagens e continham não apenas xingamentos, mas ameaças diretas de violência física. A vítima, preocupada com a segurança pessoal e familiar, bloqueou imediatamente o número. No segundo ataque, ocorrido no dia 03 de dezembro de 2025, novamente após uma partida do Internacional, desta vez contra o São Paulo. O criminoso voltou a agir, mas mudou de tática: passou a atacar através do perfil da esposa da vítima em rede social. As mensagens enviadas reiteravam as ameaças anteriores e, de forma ainda mais grave, estendiam explicitamente as intimidações aos familiares do dirigente. O tom das mensagens demonstrava que o autor estava acompanhando a rotina da família e sabia detalhes sobre seus entes, elevando o nível de preocupação quanto à segurança.

A análise dos episódios permitiu à Dicesp identificar um padrão claro: os ataques ocorriam sistematicamente após jogos do Internacional, sugerindo que o criminoso responsabilizava a direção do clube pelos resultados das partidas. O uso de múltiplas plataformas digitais e a persistência das ameaças, mesmo após bloqueios, demonstram a determinação e o planejamento por trás das ações. Além disso, as investigações revelaram que a vítima não é caso isolado. O dirigente vem recebendo diversas outras ameaças de diferentes integrantes da torcida organizada, muitas delas também direcionadas ao seu telefone pessoal, número que acabou sendo divulgado indevidamente.

Diante da gravidade dos fatos, a Dicesp iniciou imediatamente as investigações e identificou duas pessoas pelas práticas criminosas. O primeiro suspeito é um indivíduo com vasta ficha de antecedentes policiais, demonstrando histórico de comportamento violento e desrespeito à lei. Seus registros incluem passagens por ameaça, dano, lesão corporal e posse de entorpecentes e foi solto há pouco do sistema prisional. O segundo suspeito possui registros policiais preocupantes, incluindo ocorrências recentes por lesão corporal no âmbito de violência doméstica e inúmeras ameaças, evidenciando padrão de comportamento agressivo.

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Operação Cartão Vermelho.

CONTEXTO E URGÊNCIA

As ameaças se intensificaram com a aproximação do jogo decisivo que ocorre neste domingo (07/12) entre Internacional e Bragantino, no Estádio Beira Rio, às 16h. Dessa forma, a Polícia Civil avaliou que, sem a intervenção imediata, as ameaças poderiam se concretizar, colocando em risco a integridade física da vítima e de seus familiares. O momento que antecede a partida é considerado crítico, exigindo resposta firme das autoridades.

A Polícia Civil alerta que, caso as investigações revelem outros desdobramentos ou práticas ainda mais graves, os investigados poderão responder por crimes adicionais.

A Delegada Isadora Galian, titular da Dicesp, destacou que a Polícia Civil permanece vigilante no combate a crimes cibernéticos e não tolerará práticas de intimidação, assédio ou violência, em meios digitais. "A paixão pelo futebol não pode servir de justificativa para práticas criminosas. Ameaçar, intimidar e ofender são crimes graves, com penas previstas no Código Penal. Quando essas condutas são praticadas por meio de redes sociais, a pena é ainda mais severa", enfatiza a autoridade policial.

Polícia Civil RS