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Operações Dívida Ativa II e Crimes ABC combatem célula de organização criminosa atuante no RS

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Foram cumpridas 29 mandados de prisão preventiva.

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul, por meio do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), deflagrou nesta manhã (05) duas operações policiais conjuntas. A Operação Dívida Ativa II e Operação Crimes ABC são ofensivas destinadas ao cumprimento de diversas medidas cautelares contra integrantes de uma célula da maior organização criminosa em atividade no estado. As operações ocorreram no âmbito da 3ª Edição de Operações da Rede Nacional de Unidades Especializadas de Enfrentamento das Organizações Criminosas (Renorcrim).

O objetivo das ações é desarticular o núcleo financeiro e criminoso de uma das células da maior organização criminosa do Rio Grande do Sul, interrompendo o fluxo de recursos ilícitos, enfraquecendo a capacidade operacional do grupo e responsabilizando seus operadores financeiros. A ação decorre da prisão, em janeiro de 2024, de um indivíduo identificado como liderança regional da maior organização criminosa atuante no RS.

Aproximadamente 145 policiais civis cumpriram 29 mandados de prisão preventiva e 49 mandados de busca e apreensão no âmbito das duas operações, além de medidas cautelares diversas da prisão consistentes em suspensão da atividade econômica de empresas suspeitas de serem usadas em mecanismo de lavagem de capitais. Também foram cumpridos mandados de apreensão de veículos de luxo e 39 bloqueios de contas bancárias utilizadas como possível meio para a lavagem de capitais, em valores nominais de aproximadamente R$ 6.200.000,00. As ordens judiciais foram cumpridas em Sapucaia do Sul, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Campo Bom, Portão, São Sebastião do Caí, Taquara e Montenegro. Até o momento, 16 pessoas foram presas.

A ação decorreu da investigação iniciada a partir da prisão, em janeiro de 2024, na cidade de São Paulo, de um indivíduo identificado como liderança regional responsável pelo comando das atividades ilícitas de uma organização criminosa no litoral norte e na região metropolitana de Porto Alegre. As operações fazem parte da 3ª Edição de Operações da Rede Nacional de Unidades Especializadas de Enfrentamento das Organizações Criminosas (Renorcrim).

Com o avanço das investigações, o Deic atuou de forma integrada em duas frentes. A Delegacia de Capturas (Decap) concentrou-se na apuração relacionada à organização criminosa, identificando sua estrutura, divisão de funções, hierarquia interna e áreas de atuação. Paralelamente, a Delegacia de Lavagem de Dinheiro das Organizações Criminosas (DRLD-OC) desenvolveu investigação voltada ao núcleo financeiro dos mesmos investigados, identificando mecanismos de lavagem de capitais, ocultação de bens, movimentações bancárias incompatíveis e utilização de terceiros para administrar e dissimular patrimônio.

O conjunto de elementos colhidos pelas duas delegacias permitiu à Polícia Civil demonstrar a existência de um esquema estruturado destinado a sustentar financeiramente as ações da organização criminosa, bem como a reinvestir recursos ilícitos provenientes de atividades como tráfico de drogas e delitos violentos. Diante das evidências apresentadas, o Poder Judiciário deferiu prisões preventivas, mandados de busca e apreensão, além de medidas patrimoniais, incluindo sequestro de bens móveis e imóveis e bloqueio de contas bancárias.

A operação impactou diretamente a capacidade financeira e operacional da célula, interrompendo fluxos de recursos ilícitos e restringindo a movimentação patrimonial do grupo investigado. A medida integra a estratégia institucional de combate ao crime organizado, que prioriza não apenas a responsabilização de executores de delitos violentos, mas também a neutralização da estrutura econômica que sustenta a atuação das organizações criminosas.

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul reforça seu compromisso com a repressão qualificada ao crime organizado, por meio de investigações complexas, integração entre unidades especializadas e ações coordenadas voltadas à preservação da ordem pública e à proteção da sociedade gaúcha.

O Delegado de Polícia Gabriel Casanova, titular da Decap, ressaltou a importância da ação: “A captura dessa liderança foi determinante para revelar outros integrantes da célula e permitir que suas prisões fossem decretadas. A atuação da Polícia Civil visa, além da captura das lideranças, a identificação de outros integrantes da organização criminosa, com a prisão destes, a asfixia financeira da organização, bem como a manutenção desses indivíduos na prisão, medidas essenciais no combate a essas organizações criminosas”.

O Delegado de Polícia Max Otto Ritter, Diretor da Draco e responsável pela Delegacia de Lavagem de Dinheiro das Organizações Criminosas - DRLD-OC, destacou: "A Divisão de Repressão às Ações Criminosas Organizadas mantém total atenção no tocante à repressão qualificada da organizações criminosas em atuação no Rio Grande do Sul, mediante constante monitoramento de suas atuações na Capital, na Região Metropolitana, no interior do Rio Grande do Sul e nos demais estados da federação, e também, a partir de ordens emanadas por lideranças e seus membros de dentro dos estabelecimentos prisionais. Nesse cenário, busca-se não apenas investigar os graves crimes cometidos pelas organizações criminais, mas também proceder sua descapitalização, ao sequestro e indisponibilidade de bens por elas angariados e à recuperação de ativos”.

O Delegado João Paulo de Abreu, Diretor do Deic, ressaltou a qualidade do trabalho de investigação criminal conduzido pelas especializadas e, especialmente, o alinhamento e a união de esforços junto ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, das Varas Criminais de Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro, do TJRS.

A operação também contou com apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da Rede Nacional de Unidades Especializadas de Enfrentamento das Organizações Criminosas (Renorcrim), que é uma iniciativa da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), por meio da Diretoria De Operações Integradas e de Inteligência (Diopi).

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145 policiais civis participaram da ação.
Polícia Civil RS