Operação Segundo Round em combate ao crime de lavagem de dinheiro é deflagrada
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A Polícia Civil, na manhã desta terça-feira (27), através da Delegacia de Repressão ao Crime de Lavagem de Dinheiro (DRLD) do GIE, deflagrou a Operação Segundo Round, em combate à organização criminosa voltada para a lavagem de dinheiro proveniente do delito antecedente de estelionato. O patrimônio faturado com incontáveis crimes dessa natureza praticados por médico traumatologista e ocultado com o uso de laranjas foi o alvo da ação policial de hoje. No ano de 2017, ações de descapitalização de organizações criminosas e combate à lavagem de dinheiro recuperaram mais de 67 milhões de reais das mãos das organizações criminosas.
Segundo o delegado Filipe Borges Bringhenti, após aproximadamente um ano de trabalho, que contou com constante apoio do Ministério Público gaúcho, a investigação da DRLD revelou que o principal investigado “esquentava” o dinheiro, ganho em prejuízo do Instituto de Previdência do Estado, planos de saúde e inúmeras vítimas que foram ludibriadas a realizarem procedimentos cirúrgicos em tese, desnecessários, utilizando-se de estabelecimentos comerciais do ramo de artigos para bebês e crianças. "Na investigação atual, testemunhas com atuação no mesmo ramo (artigos para bebês e crianças) revelaram que o mercado se encontra em crise. No entanto, as lojas da organização vinham recebendo cada vez mais investimentos, o que culminou com a abertura de outros dois estabelecimentos semelhantes. O motivo desse descompasso é simples: o objetivo com a abertura das lojas não é o lucro, embora este seja desejado. O que se busca é justificar, de forma fictícia e simulada, o faturamento de valores compatíveis com o patrimônio dos investigados." afirmou o delegado.
Conforme o delegado Cristiano de Castro Reschke, diretor do GIE, no caso concreto, pessoas próximas e da confiança dos protagonistas do esquema serviram de laranjas para o registro da empresa na junta comercial. Bens foram adquiridos em nome deles, embora pertencessem, de fato, ao médico e sua esposa, que desfrutavam de carros e apartamentos de luxo em Porto Alegre, além de mansões em condomínios do litoral gaúcho. "Em trabalho que contou com o apoio da 8ª Promotoria de Justiça e Promotoria Especializada no Combate à Lavagem de Dinheiro e Organizações Criminosas, o patrimônio total dos investigados foi objeto de sequestro deferido pela Justiça. Foram alvos do sequestro 20 imóveis e oito veículos. Contas bancárias também foram bloqueadas, mas os valores ainda não são conhecidos. Estima-se que os valores constritos e que ao final do processo criminal, em caso de condenação, serão revertidos em favor do estado, ultrapassem os 23 milhões de reais." complementa o delegado.
Fabiano Costa
JF