Operação Manto é deflagrada no combate a fraudes eletrônicas
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Nesta quinta-feira (27/11), a Polícia Civil do RS, por meio da Delegacia de Polícia de Repressão aos Crimes Cibernéticos – DPRCC/DERCC, deflagrou a Operação Manto, visando ao cumprimento de três mandados de prisão preventiva e dez de busca e apreensão e indisponibilidade de bens nos estados de São Paulo e Paraná, com o objetivo de desarticular uma estrutura criminosa especializada responsável por fraudes eletrônicas praticadas em todo o país. A ação teve apoio das Polícias Civis do Paraná e São Paulo.
Duas pessoas foram presas, sendo apreendidos aparelhos eletrônicos na ação.
O esquema
Durante a apuração, verificou-se que o grupo criminoso desenvolveu um esquema profissional, que combinava engenharia social, manipulação de imagem por inteligência artificial e marketing digital fraudulento para atrair vítimas e simular campanhas oficiais.
O grupo criminoso direcionava os usuários para um site falso, através de anúncios patrocinados. A vítima acessava uma página não oficial de uma loja, pagamento via pix para os suspeitos. Para cometerem a fraude, os criminosos reproduziram o logotipo, paleta de cores e tipografia de uma loja oficial especializada em produtos esportivos do estado do RS, bem como produziam campanhas, banners idênticos aos originais, clonavam estrutura, layout e linguagem visual de páginas do e-commerce oficial.
Durante a prática ilícita, os suspeitos utilizavam anúncios patrocinados em redes sociais para direcionar as vítimas ao site falso. Esses anúncios eram apresentados como campanhas promocionais legítimas, exibiam produtos com descontos agressivos e redirecionavam automaticamente para o domínio fraudulento controlado pelos investigados.
Também era utilizado um vídeo deepfake de um jogador, criado por inteligência artificial, para simular depoimento real do atleta. O material era apresentado tanto nas redes sociais quanto nas páginas falsas, conferindo credibilidade à fraude.
Além disso, foi constatado que os criminosos estruturaram uma empresa de fachada, atuando como intermediadora de pagamento, criada exclusivamente para: receber valores provenientes das fraudes, centralizar pagamentos feitos via PIX, operar como conta de passagem e permitir a replicação do golpe em diversos modelos de e-commerce falso, não apenas o que simulava a loja oficial de artigos esportivos.
Recomendações para evitar o golpe
A Polícia Civil orienta a população a adotar as seguintes medidas de segurança:
1. Cuidado com links patrocinados
• Evite clicar diretamente em anúncios pagos em redes sociais ou nos primeiros resultados patrocinados em buscadores.
• Prefira acessar o site oficial digitando o endereço manualmente no navegador.
2. Desconfie de vantagens excessivas
Fraudes costumam oferecer condições exageradas, como:
• descontos muito acima do padrão;
• promoções relâmpago com valores irrisórios;
• frete grátis irrestrito;
• kits promocionais que não existem na loja oficial.
3. Verifique a URL antes de comprar
• Confirme se o endereço do site corresponde ao domínio oficial da empresa.
• Atenção especial a domínios com letras trocadas, acréscimos de palavras ou sufixos incomuns.
4. Fique atento a vídeos e depoimentos suspeitos
• Avanços recentes de deepfake possibilitam manipulações extremamente realistas.
• Sempre confirme campanhas oficiais diretamente com o clube ou empresa.
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul reforça seu compromisso no enfrentamento qualificado às fraudes eletrônicas e alerta que o uso de ferramentas de IA, anúncios patrocinados e campanhas digitais falsas representa um novo nível de sofisticação criminosa.