Operação Abuso de Confiança investiga suspeitos de estelionato e desvio de recursos de escritório de advocacia
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Na manhã desta quarta-feira (09), a Polícia Civil, por meio da Delegacia de Investigações Cibernéticas Especiais do Departamento Estadual de Repressão aos Crimes Cibernéticos (Dicesp/DERCC), deflagrou a Operação Abuso de Confiança, com o objetivo de apurar crimes de estelionato praticados contra escritório de advocacia, em Porto Alegre.
Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em dois endereços localizados em Canoas, visando a coleta de provas relacionadas aos desvios financeiros orquestrados pelos suspeitos. Durante a ação houve apreensão de um terreno, um veículo e equipamentos eletrônicos.
O mecanismo do crime: fraude interna e manipulação de sistemas bancários de pagamentos
A investigação teve início após a denúncia registrada em 22 de maio de 2025 pela vítima, representante legal do escritório, que identificou irregularidades em pagamentos após notificação da Receita Federal e auditoria interna.
Inicialmente, acreditava-se que a colaboradora responsável pela programação bancária de pagamentos a fornecedores havia sido ludibriada, por WhatsApp, a realizar pagamentos para indivíduo com dados semelhantes a um advogado que possuía valores a receber, golpe já conhecido pelos investigadores que já atingiu outras vítimas com mesmo modo de agir.
Ao avançarem as investigações, constatou-se que, na verdade, a funcionária responsável por operações financeiras inseriu deliberadamente dados bancários falsos no sistema do banco, induzindo o sócio do escritório a autorizar dez transferências via PIX, totalizando R$ 334.428,46 para a conta de outro suspeito investigado, entre outubro de 2024 e janeiro de 2025.
Para encobrir os desvios, a colaboradora suspeita se valeu de esquema que envolveu a geração de notas fiscais que mais tarde eram canceladas. O objetivo era concluir o processo gerador dos pagamentos, evitando que os sócios do escritório desconfiassem.
A investigação:
A apuração revelou indícios de autoria e materialidade do crime de estelionato, praticado em concurso de agentes. Durante a investigação, foi verificado que a colaboradora, com salário de R$ 6.000,00, apresentou sinais de riqueza incompatíveis, como viagens internacionais (Europa e Argentina), aquisição de um terreno em Cachoeirinha por R$ 311.640,11, troca de veículo e procedimentos estéticos, caracterizando enriquecimento ilícito.
Também foi constatado vínculo entre os suspeitos, com conexões em redes sociais e proximidade geográfica, com ambos residindo em Canoas.
Com a deflagração da operação, a Polícia Civil reforça seu compromisso com investigações qualificadas contra crimes cibernéticos, visando a responsabilização criminal dos envolvidos e a recuperação dos prejuízos causados à vítima.