Golpe do “Falso Intermediário” usa de engenharia social sofisticada para fazer vítimas
Estelionato tem aplicação diferenciada em cada ação, mas, no geral, começa com uma falsa intermediação de negociação
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Uma abordagem diferente para cada aplicação do crime. Assim pode ser resumida a ação de estelionatários no golpe chamado de “Falso Intermediário”. Neste estelionato, a engenharia social criada para ludibriar as vítimas chama a atenção, em razão da complexidade e das diferentes formas como o golpe é aplicado em cada situação.
Conforme a Delegada Luciane Bertoletti, titular da 3ª Delegacia de Polícia de Canoas (3ª DP), o modus operandi dos criminosos não é novo, mas utiliza-se de “novos contornos a cada nova investida”, resume a autoridade policial.
Inclusive, a Delegada Luciane comandou uma operação contra esse tipo de crime em junho deste ano, quando foram cumpridos 24 mandados de busca e apreensão e 10 mandados de prisão temporária nas cidades mato-grossenses de Várzea Grande e Cuiabá.
A engenharia do golpe
Conforme a Delegada, o golpe começa a partir da publicação do anúncio de algum bem, geralmente veículos, em plataformas digitais, seja em marketplaces de redes sociais ou em sites especializados em compra e venda de produtos seminovos. Além disso, no geral, o golpe lesa, quase sempre comprador e vítima.
“O golpe começa quando o criminoso identifica um anúncio real publicado por um vendedor idôneo. Ele copia as fotos, a descrição e os detalhes do produto e republica essas informações em outro anúncio, oferecendo o mesmo bem por um preço mais atrativo. Assim, atrai potenciais compradores. Quando alguém se interessa, a potencial vítima entra em contato com o vendedor acreditando negociar com o verdadeiro dono do produto. O golpista, então, combina a visita para ver o bem, mas orienta o comprador a não comentar sobre o valor negociado, alegando que o anúncio original é apenas uma ‘referência’”, cita a Delegada Luciane.
No desenrolar da conversa, acreditando estar comprando o bem de um verdadeiro vendedor, o cliente faz a transferência do valor para uma conta indicada pelo golpista, gerando assim um prejuízo para o comprador, já que na hora de efetivamente obter o bem, descobre que o vendedor era outra pessoa. Da mesma forma, “o vendedor, que nada recebeu, também se vê envolvido em uma situação delicada, já que muitas vezes a vítima acredita ter sido enganada por ele”, complementa a autoridade policial.
Em alguns casos, o golpista assume o papel de apenas ser o intermediador que conversa tanto com o comprador, quanto com o vendedor, enganando as duas pessoas.
Como se proteger
O combate pela Polícia Civil a esse tipo de crime tem se intensificado cada vez mais, mas sempre a partir do registro policial feito pelas vítimas. Assim sendo, esta é uma das primeiras orientações para se combater o estelionato. Aliado a isso, a integração entre as polícias também é crucial, já que, no geral, estelionatários costumam aplicar golpes em Estados diferentes de ondem residem.
Outras orientações para se evitar o golpe do “Falso Intermediário” são:
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Sempre desconfiar de preços muito abaixo do mercado
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Verificar se o contato foi feito diretamente pelo canal oficial da plataforma onde foi feito o anúncio (evite dar andamento em negociações com pessoas que chamam por outros canais que não o oficial oferecido pela plataforma)
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Nunca realize pagamentos a terceiros que não estejam vinculados diretamente ou formalmente com o anúncio
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No momento da visita, se houver, indague sobre valores, formas de pagamento e destinatários e, ao fazer uma transferência, cheque as informações de destinatário.
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Caso tenha caído no golpe, realize o registro do Boletim de Ocorrência. Reúna informações como prints, links e comprovantes de pagamento. Registre ocorrência na delegacia mais próxima ou na Delegacia Online.
Saiba mais acessando aqui.