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União de esforços entre as Polícias Civis busca combater golpes virtuais

“Golpe dos nudes” é um dos tipos de estelionatos que tem sido alvo de ações policiais no RS e em outros Estados

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Golpe dos Nudes
Golpe dos Nudes

Um perfil com imagens de pessoas atraentes, geralmente mulheres, envia convite de contato pelas redes sociais. Assim começa a tentativa de um golpe que se tornou muito comum no Rio Grande do Sul e no Brasil: o “golpe dos nudes”. Em muitas ocasiões, o golpe começa com um estelionato e se agrava para o crime de extorsão.

Ao aceitar o convite, a potencial vítima, logo em seguida, passa a receber as primeiras mensagens. A conversa logo passa a ser mais íntima, quando começam os pedidos para envios de fotos ou vídeos de cunho erótico. Se caso a vítima acabe enviando o material solicitado, outro golpista entra em ação, momento em que começam as extorsões, feitas através de ameaças de exposição das imagens ou com pessoas se passando por autoridades e pedindo valores para que o “processo seja encerrado”.

Se acreditar na história e enviar alguma transferência, a vítima segue sendo alvo de pedidos de dinheiro que não cessam, ao contrário, as quantias vão sendo cada vez maiores. Há casos em que vítimas perderem centenas de milhares de reais nesse tipo de golpe.

Principais alvos

Conforme o diretor do Departamento Estadual de Repressão aos Crimes Cibernéticos (Dercc) da Polícia Civil gaúcha, Delegado Eibert Henriques de Sena Moreira Neto, os principais alvos desse tipo de estelionatário são homens, geralmente casados, já que são vítimas mais suscetíveis às chantagens.

“A vítima, vulnerabilizada, com família ou esposa, acaba ficando com medo da exposição ou da ameaça da ação policial que os golpistas afirmam realizar e acabam pagando os valores que são cobrados pelos golpistas”, informa o Delegado Moreira Neto.

Ainda segundo o diretor, a aplicação desse tipo de golpe é feita, majoritariamente, por criminosos gaúchos. “Esse golpe começou aqui no Rio Grande do Sul e, como tem sido uma regra com crimes de estelionato, as vítimas, no geral, são de outros Estados. Isso faz com que apoiamos ações de polícias de outras unidades da federação. Inclusive, recentemente apoiamos a Polícia Civil do Mato Grosso, assim como já apoiamos as polícias do Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, que apuraram o golpe dos nudes tendo como vítimas pessoas dos seus Estados e, tendo como autores, golpistas do Rio Grande do Sul”, detalha o Diretor do Dercc.

Diante dessa realidade, a Polícia Civil tem atuado de forma contundente contra os criminosos. Diversas operações contra grupos que se especializaram na prática deste tipo de delito já foram realizadas. “De abril até o final de julho deste ano, realizamos nove operações contra golpes virtuais em nove Estados, totalizando 37 prisões preventivas e que já sinalizam para uma possibilidade de redução nas estatísticas de estelionatos no RS”, informa o Delegado.

Nesse cenário, o recentemente criado Departamento Estadual de Repressão aos Crimes Cibernéticos tem como um dos focos o combate a estes grupos criminosos. Diante do modus operandi dos golpes, o trabalho policial acaba sendo feito dentro e fora do Rio Grande do Sul.

“Para seguirmos reduzindo os indicadores de estelionato, nós temos que continuar realizando operações para prender criminosos que estão em outros Estados. Esse é o trabalho do Dercc. Identificamos as vítimas gaúchas e o trabalho investigativo, em regra, nos leva a criminosos de fora do Rio Grande do Sul, assim como damos apoio a policiais de outros Estados que identificam criminosos aqui no RS”, detalha o Diretor do departamento, ressaltando a importância do trabalho conjunto para atacar os estelionatos virtuais.

Mesmo objetivo, métodos diferentes

Assim como é comum no crime de estelionato, especialmente no meio digital, o objetivo final do golpe é sempre o mesmo, conseguir a transferência ou pagamento de valores não devidos por parte das vítimas. “O que muda nas atuações é a roupagem dada aos golpes, porque o modelo base é sempre o mesmo: usam de dados das vítimas para, através da engenharia social, induzir ela a fazer pagamentos”, resume a autoridade policial.

Por isso, as dicas para se prevenir da atuação criminosa são gerais e englobam orientações como:

Interrompa o contato imediatamente;

Não realize transferências ou pagamentos;

Registre a ocorrência em uma Delegacia próxima ou na Delegacia Online;

Salve todos os registros: prints, áudios, vídeos, fotos, telefones ou comprovantes.

Entre em contato por iniciativa própria e por um canal confiável com a pessoa ou instituição que o golpista diz ser/representar.

Em caso de necessidade, acione a Polícia Civil pelo contato 197 ou busque a Delegacia Online ou uma unidade mais próxima.

Polícia Civil RS