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PCRS deflagra Operação Tríade contra organizações criminosas que atuam na lavagem de dinheiro e tráfico de drogas

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Ações aconteceram em 5 estados brasileiros - Foto: Divulgação

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul deflagrou, na manhã desta terça-feira (10), nos municípios de Bagé, Charqueadas, Pelotas e Canoas, e em cidades de outros 4 estados brasileiros, a Operação Tríade. A investida tem como alvo um complexo sistema de lavagem de dinheiro de uma organização criminosa sediada na fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai, através de outros dois grupos criminosos - um de âmbito estadual, criado no Vale dos Sinos, e outro de âmbito nacional, criado em São Paulo. O objetivo seria abastecer o tráfico de entorpecentes nos dois países e promover a lavagem de dinheiro a partir de centenas de operações ao redor do Brasil.

Foram cumpridas hoje mais de 120 ordens judiciais de busca e apreensão, bloqueio de contas bancárias e sequestro de bens e valores nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul.

As investigações começaram em 2020, quando a Delegacia de Bagé realizou uma grande apreensão de drogas em Porto Alegre – cerca de 12kg de cocaína. Durante as investigações, em ações integradas com o setor de Inteligência da Brigada Militar e da Polícia Rodoviária Federal de Bagé, a polícia ainda apreendeu aproximadamente 31kg de cocaína, 57kg de maconha e 5kg de crack, em diversas ações. No último dia 30 de julho a Polícia desarticulou um laboratório de refino de cocaína e crack em Bagé, onde 3 pessoas foram presas em flagrante.

Foram presas 20 pessoas em flagrante e 22 indiciadas pelos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico e posse de instrumentos para produção de droga. O líder da Organização Criminosa da fronteira está recolhido na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas, onde cumpre mais de 120 anos de prisão, e de lá comanda a distribuição de droga para diversas cidades do Rio Grande do Sul.

O esquema criminoso investigado foi descoberto a partir da apreensão se centenas de comprovantes de depósitos bancários realizados em cidades da fronteira, cujo destino eram contas bancárias de empresas e pessoas em diversas cidades do país, especialmente nos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul. Os criminosos, por vezes, chegavam a administrar os cartões bancários de “laranjas” para operar as contas bancárias, gerenciando o sistema de recebimento de dinheiro e contabilidade do tráfico de drogas. Depois que o dinheiro das “bocas de tráfico” era depositado, rapidamente os operadores financeiros da Organização Criminosa de São Paulo movimentava em diversas contas bancárias, dificultando o rastreamento do dinheiro, e encaminhando para o pagamento da droga fora do país. O dinheiro do lucro da venda de droga voltava para as contas de familiares dos presos investigados.

Durante o período da investigação o “núcleo financeiro” alvo da investida movimentou mais de R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais) em operações fraudulentas. Em um dos casos mais curiosos, uma mulher que trabalha em uma empresa de limpeza, no estado do Mato Grosso do Sul, movimentou mais de R$ 15 milhões na conta bancária da sua pessoa jurídica – que não existe (no endereço há apenas uma casa abandonada). Em outro caso, um homem de 45 anos, funcionário público do município de Campo Grande, movimentou mais de R$ 35 milhões em operações suspeitas. Ambos foram identificados e prestarão depoimentos sobre suas participações nos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa.

As investigações evidenciaram ainda que as organizações criminosas alvos da Operação Irmandade, deflagrada no mês passado, pelo Departamento Estadual de Investigação do Narcotráfico (Denarc), também operava no fornecimento de droga e de lavagem de dinheiro para a organização criminosa da fronteira.

A operação de hoje contou com o apoio da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana, de Canoas; da Draco daquele município; da Delegacia de Polícia de Charqueadas e da 1ª Delegacia de Polícia de Pelotas; além das Polícias Civis do Mato Grosso do Sul e de São Paulo.

Mais informações a respeito com o titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Bagé, delegado Cristiano Ritta.

 

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