Governo do Estado do Rio Grande do Sul
Início do conteúdo

Polícia Civil deflagra segunda fase da Operação Capa Dura

Irregularidades em certames licitatórios dentro da Secretaria de Educação da Prefeitura de Porto Alegre são investigadas

Publicação:

WhatsApp Image 2024 07 05 at 06 57 36 (1)
--

Na manhã desta sexta-feira (05/07), a Polícia Civil, por intermédio da 1ª e 2ª Delegacias de Combate à Corrupção (1ª e 2ª DECOR), do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), deflagrou a segunda fase da Operação Capa Dura. A Ação tem o objetivo de combater irregularidades em certames licitatórios dentro da Secretaria de Educação da Prefeitura Municipal de Porto Alegre (SMED). 

Cerca de 120 policiais cumpriram 36 mandados de busca e apreensão em diversas cidades nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. As ordens judiciais estão sendo cumpridas nas cidades de Porto Alegre, Lajeado, Estrela, Novo Hamburgo, Gravataí, Estância Velha, Canoas, Florianópolis/SC, Curitiba/PR, Palhoça/SC, Jaraguá do Sul/SC e Colombo/PR. Foram apreendidos quatro veículos de luxo, celulares, computadores e documentos.

Cinco servidores foram suspensos do exercício da função pública. Ainda, sete empresas e cinco empresários tiveram suspensão do exercício de suas atividades econômicas ou financeiras, qual seja, a proibição de contratação com o poder público.

Sobre a investigação:

A segunda fase da Operação Capa Dura ampliou o espectro da investigação, avançando para a análise de outros cinco processos de compra realizados pela Secretaria Municipal de Educação de Porto Alegre (SMED) no ano de 2022.

Os contratos foram firmados com empresas e objetos diversos como brinquedos pedagógicos, kits de robótica, livro e assessoria ambiental. Verificou-se que todos os processos apresentam similaridades na forma como foram iniciados, conduzidos e concluídos, indicando direcionamento e conluio da administração com as empresas.

O processo de compra era iniciado com o oferecimento do produto diretamente pela empresa, que já indicava qual ata deveria ser aderida e a atuava de forma que o termo de referência fosse direcionado para a aquisição do produto oferecido.

Essa inversão no processo de compra, que não era iniciada a partir de um estudo técnico prévio de necessidade e adequação, mas sim a partir do oferecimento do produto ou serviço pela empresa, resultou na compra de produtos desnecessários ou em excesso, contrariando o interesse público e beneficiando interesses pessoais.

O custo total das compras ultrapassa 58 milhões de reais. Ao longo da investigação foi possível verificar:

- Direcionamento e frustração de caráter competitivo da concorrência para beneficiar as empresas;

- Nos termos de referência constam expressões e termos utilizados no material de divulgação das próprias empresas, indicando conluio prévio;

- Velocidade de tramitação dos procedimentos, com carimbo de “URGÊNCIA”, eliminando a concorrência, sem comprovação de vantagem;

- Ausência de estudo que evidenciasse a necessidade ou adequação das compras, com parcas e frágeis justificativas;

- Falta de planejamento e logística de distribuição, resultando em produtos acumulados em depósitos;

- Ausência de especialização e singularidade das empresas, beneficiamento por relações pessoais prévias.

Polícia Civil RS