Polícia Civil deflagra operação contra grupo criminoso especializado no crime de extorsão mediante sequestro
Grupo atuava com violência nos crimes. Ao menos três casos foram ligados ao grupo criminoso alvo da Operação Cifra Oculta
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A Polícia Civil deflagrou nesta quinta-feira (05/06) a Operação Cifra Oculta, coordenada pela 1ª Delegacia de Polícia de Repressão a Roubos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), com apoio da Delegacia de Polícia (DP) de Esteio, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa especializada em extorsão mediante sequestro. O grupo criminoso atua na região metropolitana de Porto Alegre, causando terror e insegurança na população, sobretudo na comunidade colombiana, que vive em Canoas.
Durante a fase operacional da investigação, deflagrada nesta manhã, foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva, um mandado de prisão temporária e 18 mandados de busca e apreensão nos municípios de Sapucaia do Sul, Esteio e Torres. Quatro indivíduos foram presos. Também foram apreendidos uma arma de fogo e celulares.
Conforme a Delegada Isadora Gallian, que coordena as ações, as investigações revelaram uma série de crimes violentos praticados pelo grupo, que age com extrema crueldade e planejamento. “O primeiro caso investigado aconteceu em 7 de março deste ano, quando um motoboy, de 32 anos, foi brutalmente sequestrado em Sapucaia do Sul, enquanto realizava uma cobrança na cidade. No crime, a vítima foi agredida e foi mantida acorrentada em um cativeiro. Os criminosos pediram valores de R$ 30 mil a R$ 50 mil para libertá-lo. Depois de efetuar transferências de R$ 2 mil, o motoboy foi liberado”, contou.
No aprofundamento da investigação, foi descoberto que o mesmo grupo criminoso já cometeu diversos outros crimes similares. Um deles ocorreu em 28 de abril deste ano, em Canoas, quando a quadrilha conseguiu extorquir R$ 200 mil de familiares após um sequestro da família inteira de um empresário, incluindo esposa e a filha de 13 anos.
“A investigação revelou ainda que a organização possui uma estrutura bem definida, com divisão clara de funções entre seus membros. Alguns são responsáveis pela abordagem e contenção das vítimas, outros pela vigilância do cativeiro, e há ainda aqueles especializados nas negociações e no recebimento dos valores extorquidos. O grupo demonstra alto grau de planejamento, selecionando previamente vítimas com poder aquisitivo e utilizando tecnologia moderna, como aplicativos de mensagens e transferências eletrônicas, para consumar os crimes”, detalha a Delegada.
Um outro crime investigado aconteceu em 2 de abril de 2025 em Esteio, quando uma vítima, também colombiana, foi atraída para um local, momento em que foi sequestrada, ameaçada e somente liberada após a transferência de R$ 5 mil pela esposa.