Operação Renovatio combate crimes de homicídios e lavagem de dinheiro de grupo criminoso
A organização criminosa teria movimentado 10 milhões de reais
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A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Polícia de Repressão ao Crime de Lavagem de Dinheiro do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DRLD/DHPP), na manhã desta quarta-feira (11) deflagrou a Operação Renovatio. A ação contou com o apoio da Brigada Militar.
Foram cumpridas 15 ordens judiciais em Porto Alegre e Guaíba, sendo 12 mandados de busca e apreensão e três de restrição de veículos. Até o momento, foram apreendidos cerca de 40 mil reais em espécie, quatro veículos, joias, drone, documentos, um simulacro de pistola e telefones celulares.
A Operação Renovatio tem origem a partir das investigações oriundas das apreensões realizadas na primeira operação, ocorrida em novembro de 2024, bem como da identificação de que os envolvidos continuaram a exercer a traficância na região de sua atuação, mantiveram a forma de agir com relação à lavagem dos valores ilícitos percebidos do crime e, em especial, a ocorrência de um homicídio de uma vítima daquela área.
Segundo o Delegado Rodrigo Pohlmann Garcia, nesse homicídio ocorrido no dia 29 de março deste ano, a vítima foi encontrada parcialmente carbonizada às margens do Rio Guaíba, próximo da Avenida Diário de Notícias. A investigação ficou a cargo da 6ª Delegacia Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa. Durante as investigações, foram apreendidos com os envolvidos seis automóveis (alguns de luxo), dois fuzis, três pistolas e cerca de 70 mil reais em espécie. Na época, foram deferidas medidas judiciais, algumas ainda em tramitação, que congelaram quantias de valores, sequestraram bens imóveis e bloquearam contas bancárias.
“São investigadas movimentações financeiras suspeitas, ocorridas entre dezembro de 2021 a 2025, em um montante que ultrapassa os 10 milhões reais. A investigação apurou ainda, a aquisição e o fornecimento de telefones celulares a membros da facção detidos no sistema prisional”, relatou o Delegado Rodrigo Garcia.
Um integrante do grupo comprou em uma loja, em um shopping da Capital, mais de 20 celulares e os encaminhou para uma penitenciária, promovendo a manutenção das comunicações desses envolvidos como o mundo exterior e, por consequência, a sustentação do tráfico de drogas.
Também, as investigações demonstraram que dois irmãos, lideranças de uma organização criminosa com atuação na zona Sul de Porto Alegre, um deles com um delito de homicídio, estavam adquirindo diversos automóveis, alguns de luxo, em nomes de laranjas, comprando imóveis, bem como construindo um prédio na zona leste da Capital.
Foi possível apurar transações pouco usuais entre uma grande empresa que adquire produtos para serem reciclados com os envolvidos, os quais seriam fornecedores desse material e estariam recebendo o possível pagamento por meio da aquisição de bem móveis efetuados diretamente por essa empresa. Ainda, há outras pessoas jurídicas investigadas usadas supostamente para branquear o capital. “Cabe salientar que não há renda aparentemente lícita por parte dos investigados que justificasse o aumento significativo do seu patrimônio”, complementou o Delegado Rodrigo Garcia.
Conforme o Diretor do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa, Delegado Mario Souza, essa operação contra lavagem de dinheiro que atinge um grupo criminoso envolvido em homicídios é resultante da aplicação da medida número 5 do Protocolo das 7 Medidas de Enfrentamento aos Homicídios: ”A repressão ao crime de lavagem de dinheiro visa enfraquecer o poderio financeiro dos grupos criminosos, justamente para evitar que essas usem o dinheiro ilícito para financiar a prática de homicídios”, afirmou o Delegado Mario Souza.